Quer me conhecer?

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Juazeiro, Bahia, Brazil
Em todos os lugares nos pedem definições de nós mesmos. Nas redes e mídias sociais, nas escolas, até nas rodas de bate-papo com amigos ou com estranhos. A maioria das pessoas tem uma necessidade estranha de saber quem é o outro e de se auto-definir em retas perpendiculares. Quem sou, o que gosto de comer, o que gosto de ouvir, de ver, de pegar, de quem eu gosto... São perguntas muito secas, diretas, com o objetivo de definir um ser, mas que acabam por deixá-lo ainda mais vago. Por isso, quem sou eu? Sou uma eferverscência de preferências mutáveis. Mudo com facilidade e essa é a minha maios qualidade e o meu maior defeito.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Discriminação racial nos E.U.A.


A história da discriminação racial nos Estados Unidos é cheia de episódios tristes e se confunde até com a história do próprio país. Essa é uma nação que até pouco tempo não permitia que negros sentassem nos bancos da frente dos ônibus públicos; Essa é uma pequena exemplificação do que aconteceu naquele país.
Com o fim da Guerra Civil Americana,quando o país entrou em reconstrução (1865), muitos Estados americanos adotaram leis que instituíam um sistema legal de segregação racial, e instituía os afro-americanos como cidadãos americanos de segunda classe. Cerca de 4,5 mil afro-americanos foram linchados nos Estados Unidos entre 1882 e o início da década de 1950.
Essa situação dos negros nos Estados Unidos começou a melhorar no fim da década de 50 do século passado, quando teve inicio o Movimento dos Direitos Civis para os Negros Norte-Americanos,que durou 13 anos (1955-1968). Esse movimento consistia em conseguir reformas nos Estados Unidos visando a abolir a discriminação e a segregação racial no país.
O filme “Mississipi Burning” se passa nessa época, mais precisamente no ano de 1964, quando ocorreu o episódio que ficou conhecido como “O Verão da Liberdade”. Durante os meses de verão de 1964, férias escolares nos Estados Unidos, um grupo de mais de cem estudantes voluntários pelos direitos civis do norte do país, brancos e negros, dirigiram-se ao sul para iniciar uma campanha pelo direito de voto negro e para a formação de um partido pela liberdade do Mississipi.Três deles acabaram assassinados pela Ku Klux Klan em conluio com autoridades policiais da cidade de Filadelfia, Missisipi.
Nessa época os negros tinham vários de seus direitos negados,como por exemplo o direito de voto,por serem considerados cidadãos americanos de segunda classe.E essa situação de discriminação permanece até os dias atuais,não só nos E.U.A.,impregnado a muitas culturas.

Jadnaelson

segunda-feira, 16 de março de 2009

Quando a vida privada se torna pública.


A segurança ou o esconderijo que as quatro paredes representavam parece ter caído. Pelo menos é o que aponta uma micro pesquisa realizada com jovens de Petrolina, Pernambuco e de Juazeiro, Bahia. Determinados comportamentos, como namoro ou outros afetos, antes restritos a um círculo dos “mais próximos” ou longe da própria “consciência”,hoje são publicizados em páginas virtuais, You Tube e Orkut. Além disso, há, ainda, uma substituição do carinho real pela satisfação passageira dos “bate-papos ou páginas de convivência.
Nunca antes o acesso a materiais, livros foi tão fácil. Mas também nunca o desinteresse e a pressa foram tão preponderantes na vida da sociedade.A pesquisa, feita com adolescente dentre 14 e 16 anos, optou por indiscriminar seus entrevistados. Sem considerar classe, sexo, cor, ela revelou que 63% usa a internet como meio de conhecer alguém, outros 67% dizem que fazem de suas “páginas” diários, em que qualquer pessoa pode acessar suas fotos, vídeos, confissões. “Conheci meu namorado no Orkut”, revela a jovem Andressa Sodré. A jovem confessa, porém, que já teve sérios desentendimentos com seu namorado por conta de recados e depoimentos deixados por outras pessoas em sua página ou na de seu companheiro.
Para a pedagoga Alcione Toledo este comportamento afeta inclusive o processo de educação desses jovens. Segundo a educadora, diversas vezes já teve problema com alunos que passam a aula escutando i-pod, ou os pais que a procuram porque não conseguem “desligar” seus filhos da internet. “Houve uma vez que uma mãe me procurou para que eu a ajudasse, porque há dois dias conversava com o filho pelo Messenger”. O detalhe é que ele estava trancado no quarto. “Há uma mudança de comportamento, hoje, os adolescentes são mais frágeis, apesar das aparências. São tímidos e usam da tecnologia para criar seus personagens e fugirem de suas responsabilidades ou de suas limitações”.
Já para a professora e doutora, Giovanna de Marco, há uma mercantilização dos afetos. O que vale mais não é que se beijou, mas, antes, quantos. Para ela, a sociedade atual se faz de maneira distinta da geração anterior. Jovens sentem-se cada vez mais a vontade de buscar na virtualidade, a satisfação de ânsias e desejos reais. A velocidade e a sensação de que a todo momento está acontecendo algo e de que é “preciso” está atualizado faz com que as pessoas, principalmente, os jovens busquem o momento, e não a continuidade, argumenta a professora. Outro ponto desta mercantilização é sua publicização ou “venda”. “A quantidade de “ficantes” virou moeda de troca em uma adolescência marcada pela idéia de felicidade associada à popularidade.
Outro resultado da pesquisa aponta que os sites mais visitados por eles são as páginas dos próprios amigos. Apenas 20% dos entrevistados fazem da internet uma ferramenta para potencializar seus estudos. Há uma opinião de que a tecnologia afetou a capacidade do indivíduo de criticar, ler, falar.
Na realidade, o que há é um “não uso” da tecnologia. Suas potencialidades são múltiplas. Seus usos é que tendem a ser restritos, opina o professor Vlader Nobre. “Nunca antes o acesso a materiais, livros foi tão fácil. Mas também nunca antes o desinteresse e a pressa foram tão preponderantes na vida da sociedade”, completa.
Se para o bem ou para o mal, a privacidade tem a sustentabilidade de um duplo clique. A forma de relacionamentos e os interesses dos jovens não têm mais a mesma lógica das gerações que resguardavam seus sentimentos.

Diego Alcântara

Da Teoria Estética à sociedade




A indústria cultural, citada primeiramente por Adorno e Horkheimer em Dialética do Esclarecimento de 1947, foi chamada a grosso modo de cultura de massa, porém esse termo não correspondia já que tratava de uma cultura advinda da massa. Pôde-se então perceber que a cultura era imposta à massa através dos meios de comunicação, logo o verbete indústria caberia melhor com relação aos meios de comunicação de massa. A preocupação com a estética não é uma característica só da sociedade moderna a qual sofre a ação dos meios de comunicação. Desde a Grécia Antiga há uma inquietação com aquilo que agrada, com o que é belo.
Com relação à imposição pela mídia, Bárbara Freitag em seu livro A Teoria Crítica: Ontem e Hoje diz:
O horror gerado pelo regime nazista, a paralisação imposta pelas sociedades industriais massificadas, a estupidez da vida humana inserida em relações de trabalho e dominação que a transforma em acessório da máquina produtiva e do aparelho de dominação – tudo isso pode ser captado hoje no campo da estética. (FREITAG, 2004. p.81)

Na Teoria Estética, que para Adorno seria o único meio capaz de uma critica social consistente, a cultura é estudada como forma de mercadoria. A estética traduz-se por possuir propriedades necessárias e suficientes para que algo possa ser definido. Porém, historicamente, existem várias teorias quanto à estética, então como a sociedade midiática deseja impor padrões sobre o público de massa, já que estes são constantemente “inovados”? Ao falar sobre estética, a priori faz-se relação com a beleza. Então há de se discutir sobre padrões de beleza impostos pela indústria cultural. Lúcia do Vale1, em um de seus artigos na internet, com base nos estudos de Gilles Deleuze e Platão, diz que “para os gregos, o belo situava-se no embate entre as boas cópias e o simulacro”. Em uma análise sobre a mídia, nota-se que seus efeitos se aproximam, para não dizer que se igualam, da afirmação feita por Vale. A criação de um estereótipo propõe a beleza como algo universal, algo para ser compartilhado, assim como afirmava Kant (1790).
Além do padrão do belo, há também um estabelecimento, por parte da indústria cultural, de normas estéticas de comportamento. É imposta à sociedade a maneira de sentar-se à mesa, de falar em público, “atuação” em uma entrevista de emprego. Tais exemplos mostram o quanto a padronização está presente no meio social, e , portanto, pela qual é oferecida uma única opção para consumo, o que retorna ao conceito mercadológico da indústria cultural.

Amanda Pinto

A mídia e a estética


A preocupação com o belo já estava presente na vida das pessoas em tempos passados, mas nesta época tal preocupação estava mais ligada à produção artística. Já na sociedade atual a questão anteriormente citada não está atrelada apenas à produção artística, como também às pessoas, o seu modo de vestir, de ser, de se comportar etc. o que demonstra uma maior preocupação com a estética.
Porém, um problema em torno dessa questão é a influência que a indústria cultural faz através de seus atores, cantores, apresentadores, modelos e tantos outros profissionais que atuam em áreas relacionadas à mídia, a imposição de padrões de beleza cada vez mais inatingíveis.
O que a mídia apresenta serve de regra para o julgamento do que é ou não belo o que faz com que as pessoas busquem incessantemente adequar-se aos parâmetros estabelecidos por esta. A busca constante está promovendo várias conseqüências na sociedade.
Por exemplo, segundo a ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos- o Brasil ocupa a terceira posição no ranking de consumo de cosméticos, estando atrás apenas dos Estados unidos e do Japão, em 2007. Já a SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica constatou em pesquisa realizada entre setembro de 2007 e agosto de 2008 que são realizadas 1,2 mil cirurgias plásticas por dia, ou seja, 547 mil cirurgias nesse período. No ano de 2004, foram realizadas no Brasil 629 mil cirurgias plásticas e de reparação. Nosso país ocupa a segunda posição no ranking dos países que mais fazem cirurgias plásticas, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Entretanto, esse culto à beleza não mexe só com o corpo, mas também com o psicológico. Patologias como a bulimia e a anorexia nervosa estão cada vez mais comuns nesta sociedade, onde o bonito é somente o que a mídia mostra.
Esses índices apontam que o povo brasileiro é vaidoso o que faz com que o mercado da estética mova milhões de reais todos os anos. Essa vaidade se acentua com ação dos meios de comunicação, especialmente da propaganda, mas também com a inovação estética, citada por Wolfgang em seu livro Critica da estética da mercadoria de 1936:
No setor têxtil, na indústria automobilística, nos gêneros alimentícios, nos eletrodomésticos, livros, remédios e cosméticos, as constantes inovações estéticas transformam de tal maneira o valor de uso que o consumidor fica atordoado. Nessas circunstâncias quase não adianta insistir na perspectiva do valor de uso. Essa tendência é inevitável no capitalismo. (HAUG, 1936, p57)

Todos esses dados evidenciam a ação da indústria cultural (Adorno e Horkheimer, 1947) sobre o comportamento das pessoas no que tange à estética. Ação está que promove um sentimento de impotência e de exclusão nos que delas querem se desviar, afinal a massificação promovida pela indústria cultural rejeita qualquer tipo de posicionamento contrário a esta.

Jadnaelson