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Juazeiro, Bahia, Brazil
Em todos os lugares nos pedem definições de nós mesmos. Nas redes e mídias sociais, nas escolas, até nas rodas de bate-papo com amigos ou com estranhos. A maioria das pessoas tem uma necessidade estranha de saber quem é o outro e de se auto-definir em retas perpendiculares. Quem sou, o que gosto de comer, o que gosto de ouvir, de ver, de pegar, de quem eu gosto... São perguntas muito secas, diretas, com o objetivo de definir um ser, mas que acabam por deixá-lo ainda mais vago. Por isso, quem sou eu? Sou uma eferverscência de preferências mutáveis. Mudo com facilidade e essa é a minha maios qualidade e o meu maior defeito.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Da Teoria Estética à sociedade




A indústria cultural, citada primeiramente por Adorno e Horkheimer em Dialética do Esclarecimento de 1947, foi chamada a grosso modo de cultura de massa, porém esse termo não correspondia já que tratava de uma cultura advinda da massa. Pôde-se então perceber que a cultura era imposta à massa através dos meios de comunicação, logo o verbete indústria caberia melhor com relação aos meios de comunicação de massa. A preocupação com a estética não é uma característica só da sociedade moderna a qual sofre a ação dos meios de comunicação. Desde a Grécia Antiga há uma inquietação com aquilo que agrada, com o que é belo.
Com relação à imposição pela mídia, Bárbara Freitag em seu livro A Teoria Crítica: Ontem e Hoje diz:
O horror gerado pelo regime nazista, a paralisação imposta pelas sociedades industriais massificadas, a estupidez da vida humana inserida em relações de trabalho e dominação que a transforma em acessório da máquina produtiva e do aparelho de dominação – tudo isso pode ser captado hoje no campo da estética. (FREITAG, 2004. p.81)

Na Teoria Estética, que para Adorno seria o único meio capaz de uma critica social consistente, a cultura é estudada como forma de mercadoria. A estética traduz-se por possuir propriedades necessárias e suficientes para que algo possa ser definido. Porém, historicamente, existem várias teorias quanto à estética, então como a sociedade midiática deseja impor padrões sobre o público de massa, já que estes são constantemente “inovados”? Ao falar sobre estética, a priori faz-se relação com a beleza. Então há de se discutir sobre padrões de beleza impostos pela indústria cultural. Lúcia do Vale1, em um de seus artigos na internet, com base nos estudos de Gilles Deleuze e Platão, diz que “para os gregos, o belo situava-se no embate entre as boas cópias e o simulacro”. Em uma análise sobre a mídia, nota-se que seus efeitos se aproximam, para não dizer que se igualam, da afirmação feita por Vale. A criação de um estereótipo propõe a beleza como algo universal, algo para ser compartilhado, assim como afirmava Kant (1790).
Além do padrão do belo, há também um estabelecimento, por parte da indústria cultural, de normas estéticas de comportamento. É imposta à sociedade a maneira de sentar-se à mesa, de falar em público, “atuação” em uma entrevista de emprego. Tais exemplos mostram o quanto a padronização está presente no meio social, e , portanto, pela qual é oferecida uma única opção para consumo, o que retorna ao conceito mercadológico da indústria cultural.

Amanda Pinto

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