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Juazeiro, Bahia, Brazil
Em todos os lugares nos pedem definições de nós mesmos. Nas redes e mídias sociais, nas escolas, até nas rodas de bate-papo com amigos ou com estranhos. A maioria das pessoas tem uma necessidade estranha de saber quem é o outro e de se auto-definir em retas perpendiculares. Quem sou, o que gosto de comer, o que gosto de ouvir, de ver, de pegar, de quem eu gosto... São perguntas muito secas, diretas, com o objetivo de definir um ser, mas que acabam por deixá-lo ainda mais vago. Por isso, quem sou eu? Sou uma eferverscência de preferências mutáveis. Mudo com facilidade e essa é a minha maios qualidade e o meu maior defeito.

sábado, 6 de junho de 2009


O filme “3 colegas de batina” foi lançado em 1960.Dirigido por Darcy Evangelista e distribuído pela Cinedistri,esta produção traz uma dura critica social mesclada com uma boa dose de humor.Seu elenco conta com a participação de grandes nomes como Ary Barroso,Chacrinha,entre outros e jovens promessas que se tornariam grandes estrelas do cinema brasileiro como Eliana Macedo.
A história gira em torno da obra de urbanização do Morro do Cantagalo no Rio de Janeiro que é encabeçada pelo Frei Martin e que segue de mal a pior. Tentando ajudar no andamento do projeto uma jovem católica nota o dom de três padres-vividos pelo Trio Irakitan-para a música e os convence a cantar em um show de calouros, que nessa época (meados dos anos 60) fazia muito sucesso em todo o país e que oferecia uma boa quantia em dinheiro para quem o vencesse.Os jovens padres oferecem resistência no inicio, mas acabam aceitando a proposta de se apresentarem disfarçados neste programa. Entretanto, o sucesso é tanto que logo recebem a proposta de gravar um disco e de se apresentarem em uma boate da cidade.
Em meio a esses acontecimentos, as pessoas envolvidas no projeto social buscam o apoio de empresários para a continuação das obras na favela, o que não é nada fácil. A todo o momento o filme mostra o contraste entre as realidades das famílias abastadas e das pessoas da favela através de cenas, porém neste momento é evidenciado o descaso de um rico empresário para com a comunidade da favela.
Outras passagens do filme fazem duríssimas criticas a desigualdade social e ao preconceito das pessoas moradoras de outras regiões para com as pessoas do morro. Como por exemplo, no sermão que inicia o filme que fala sobre este preconceito que está presente, inclusive, entre os membros da igreja e na cena da fila do consultório médico que mostra as dificuldades encontradas pelas pessoas mais humildes em conseguir uma consulta médica ou um atendimento na previdência social que é (não sei se intencionalmente) seguida de uma cena onde a jovem tenta ensinar as crianças a soletrar a palavra “Brasília”.
Enquanto todos estes fatos estão em curso, o trio de padres continua se apresentando “camufladamente” na boate e conseguindo verba para que o projeto no morro não pare, até que seu sucesso é tão estrondoso que vai parar nas capas de jornais fazendo com que todos fiquem sabendo das suas atividades fora do convento. Assim, os jovens vivem a ameaça de serem expulsos da igreja, no entanto tudo acaba bem e eles continuam a sua missão de evangelização.
Esta produção é da grande época das chanchadas que eram consideradas sem muito valor cultural, todavia caíram no gosto do público e fizeram grande sucesso. “3 colegas de batina” demonstrou na década de 60 a difícil peleja pela humanização das condições de vida nas favelas,peleja esta que continua até hoje e que nunca alcançou seu principal objetivo que é tornar digna a vida nos altos dos morros e nas periferias brasileiras.

2 comentários:

  1. Acabei de assistir o filme no Canal Brasil. Muito bom.

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  2. Filme muito bom. O ator Paulo roberto é muito parecido com o ator Luiz Gustavo. não encontrei muita informação sobre ele. Pena.

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